13 de setembro de 2012

Calendário da Horta: SETEMBRO


Manter

Chegou a altura de plantar os rebentos dos morangueiros que saíram dos que já estão enraízados.

Com a ultima apanha da fruta, é necessário podar e limpar as árvores. Coloque as armadilhas para a mosca da fruta nas pereiras, macieiras, cerejeiras, ameixeiras e pessegueiros.

Plantar

O Outono é a época ideal para plantar fruta, uma vez que o solo ainda está quente e o enraízamento das plantas torna-se mais fácil. Compre árvores de fruto enraizadas e arbustos para colocar agora no seu local definitivo. As árvores de raiz nua só devem ser colocadas na terra entre Novembro e Março. Mantenha a rega assídua às árvores recém plantadas, até que estejam bem estabelecidas.
Plante alfaces de outono, espinafres, cenoura, repolho, alho e couve-flor. Também é altura de semear cebolas.

Colher

Continue a colher as cebolas e batatas. Todas as culturas devem ser colhidas antes da chegada do frio e das geadas: abóboras, pimentos, feijões.

Colha e armazene maçãs e peras à medida que vão amadurecendo. Algumas variedades não toleram muito tempo de armazenagem, por isso controle regularmente a fruta guardada.

(publicada inicialmente em Setembro de 2011)

25 de julho de 2012

O Tao da Libertação de M. Hathaway e L. Boff



O Tao da Libertação
Explorando a Ecologia da Transformação
 Prefácio
Com o desenrolar do novo século, dois fatores vão impactar no futuro bem-estar da humanidade. O primeiro destes é o desenvolvimento e propagação do capitalismo global, o segundo é a criação de comunidades sustentáveis fundadas em praticas baseadas em eco-design.
O capitalismo global é preocupado com redes eletrônicas para transações financeiras e trocas de informações. O eco-design é preocupado com redes ecológicas e com o fluxo de energia e materiais dentro destas redes. A meta da economia global é, na sua forma atual, a maximização da riqueza e do poder das elites; a meta do eco-design é a maximização da sustentabilidade da teia da vida. Estes dois fatores estão atualmente em curso de colisão.
A nova economia, que surgiu da revolução da tecnologia da informação das ultimas três décadas, é estruturada principalmente em torno de redes de transações financeiras. Tecnologias sofisticadas de informação e comunicação facilitam a rápida movimentação de capital pelo mundo em uma incansável procura por oportunidades de investimento. Esse sistema conta com a ajuda de modelos computacionais para administrar as muitas complexidades trazidas pela rápida desregulamentação e pelo número atordoante de instrumentos financeiros.
Esta economia é tão complexa e turbulenta, o que torna impossível uma analise econômica convencional. O que nós estamos realmente vivenciando é um cassino global operado eletronicamente. Os apostadores neste cassino não são especuladores desconhecidos, mas grandes bancos de investimento, fundos de pensão, multinacionais e fundos mútuos criados com a intenção de manipular mercados financeiros. O tão chamado mercado global, em si mesmo, não é um mercado, mas uma rede de computadores programados com um único intento – fazer dinheiro; quaisquer outros intentos ficam fora da equação. Isto quer dizer que a globalização econômica tem sistematicamente excluído a dimensão ética de se fazer negócio.
Nos últimos anos, o impacto social e ecológico dessa globalização tem sido discutido exclusivamente por acadêmicos e lideres de comunidades. A análise deles diz que a nova economia está produzindo um grande número de consequências graves. Ela enriqueceu as elites globais de especuladores financeiros, empresários e profissionais de alta-tecnologia e em consequência disto aqueles que se encontram no topo da pirâmide social nunca acumularam tanta riqueza. Entretanto, as consequências para a sociedade em geral e para o meio-ambiente tem sido desastrosas; e como nós temos visto durante a atual crise financeira, a nova economia também representa um grave risco à saúde financeira de pessoas no mundo todo.
Este novo capitalismo global causou um aumento da desigualdade e da exclusão social, comprometeu instituições democráticas, teve um grande impacto negativo no meio-ambiente e alastrou o problema da pobreza e alienação. Este capitalismo ameaça e destrói comunidades locais pelo mundo afora e a sua idealização de uma infundada biotecnologia é um assalto a santidade da vida, porque torna diversidade em monocultura, ecologia em engenharia e a vida em uma mercadoria.
É cada vez mais claro que o capitalismo global em sua forma presente é insustentável socialmente, ecologicamente, e até financeiramente, e então ele precisa ser fundamentalmente re-projetado. O seu princípio fundamental que dita que fazer dinheiro tem precedencia sobre os direitos humanos, democracia, proteção do meio-ambiente, ou quaisquer outros valores, só pode levar ao desastre. Entretanto, este princípio pode ser mudado; este princípio não é uma lei da natureza. As mesmas redes eletrônicas usadas em trocas de informações e transações financeiras poderiam contar com outros valores. O problema não é tecnológico, mas político.
O grande desafio do século XXI é mudar o sistema de valores subjacentes à economia global para torná-la compatível com a dignidade humana e com a sustentabilidade ecológica.
Certamente, a maneiras de replasmação do processo de globalização já começaram. Em meados do novo século uma impressionante coalizão de organizações não-governamentais (ONGs) foi formada com esse propósito. Esta coalizão, também chamada de movimento pela justiça global, tem organizado uma série de manifestações bem sucedidas contra reuniões da Organização Mundial do Comércio (OMC), G7 e G8, e tem também organizado vários encontros do Fórum Social Mundial (FSM), a maioria dos quais ocorreu no Brasil. Nestes encontros as ONGs propuseram um novo paradigma para políticas comerciais, que incluem propostas radicais e concretas para uma reestruturação das instituições financeiras mundiais, o que mudaria profundamente a natureza do processo de globalização.
O movimento pela justiça global exemplifica um novo tipo de movimento político que é típico dessa nossa era da informação. Por causa do seu habilidoso uso da internet, as ONGs dessa coalizão são capazes de se comunicarem umas com as outras, divulgarem informações e mobilizarem seus membros com uma rapidez sem precedentes. Consequentemente, as novas ONGs globais se tornaram eficientes atores políticos independentes das tradicionais instituições nacionais e internacionais. Elas constituem um novo tipo de sociedade civil e global.
Para posicionar seu discurso político dentro de uma ótica sistêmica e ecológica, essa sociedade civil e global conta com o apoio de uma rede de acadêmicos, institutos de pesquisa, grupos de reflexão e centros de estudos que tendem a operar independentemente das instituições acadêmicos tradicionais, das organizações financeiras e das agências governamentais. Atualmente, há muitos desses institutos de pesquisa e de estudos espalhados por várias partes do mundo e eles compartilham uma característica que é conduzir pesquisa dentro de parâmetros de valores centrais a todos eles.
A maioria desses institutos de pesquisa é formada por comunidades de acadêmicos e ativistas que estão engajados em vários tipos de projetos e campanhas. Entretanto, há três grupos de problemas que parecem ser um recorrente foco de preocupação por parte dos maiores e mais ativos movimentos de classes populares.
O primeiro é o desafio de moldar as regras e as instituições envolvidas no processo de globalização; o segundo é a sua oposição contra os alimentos transgênicos e a sua preferência pela agricultura sustentável; e o terceiro é o eco-design, que é um esforço sério de remodelar estruturas físicas, cidades, tecnologias e indústrias para torná-las ecologicamente sustentáveis.
Design, no sentido mais lato, consiste na plasmação dos fluxos de energia e matéria para usos e propósitos humanos. Eco-design é um processo pelo qual os usos e propósitos humanos são cuidadosamente embutidos e tecidos na malha e no fluxo natural do mundo. Os princípios do eco-design refletem os princípios de organização que a natureza criou para sustentar a teia da vida – o contínuo ciclo da matéria, o uso de energia solar, diversidade, cooperação e simbiose e assim por diante. Para implementar esta noção de design nós precisamos mudar nossa atitude para com a natureza – do que podemos extrair da natureza para o que podemos aprender com a natureza.
Recentemente, temos visto um aumento considerável em práticas e projetos orientados por eco-design, os quais são agora bem documentados. Eles incluem a renascença da agricultura orgânica pelo mundo afora; a organização de indústrias em agrupamentos ecológicos, nos quais o refugo de uma se torna o recurso da outra; a mudança de uma economia baseada em produtos para uma economia baseada em ‘fluxo-e-serviço’, na qual matérias-primas industriais e componentes técnicos circulam continuamente entre fabricantes e usuários; edifícios construídos de acordo com um design que gera mais energia que a usada, que não produzem desperdício e que monitoram seus desempenhos; carros híbridos que são muito mais eficientes que os carros normais; e assim por diante.
Estes projetos e tecnologias baseadas em eco-design incorporam princípios ecológicos e então tem algumas características fundamentais em comum. Eles tendem a serem projetos em pequena escala, com muita diversidade, eficiência energética, não poluentes, orientados para a comunidade, de mão-de-obra intensiva e criadores de vários postos de trabalho. As tecnologias agora disponíveis são provas irrefutáveis que a transição para um futuro sustentável não é mais um problema técnico ou de fundamentos. Muito pelo contrario, é um problema de valores e de vontade política.
Mas parece que esta vontade política tem aumentado significantemente nos últimos anos. Um indício notável disso é o filme Uma Verdade Inconveniente de Al Gore que teve um importante papel na sensibilização das pessoas para uma consciência ecológica. Em 2006, Al Gore treinou pessoalmente duzentos voluntários no Tennessee para palestrar a sua mensagem mundo afora. Até 2008, esses voluntários já tinham dado vinte mil palestras para dois milhões de pessoas. Neste mesmo ínterim, a organização de Al Gore, The Climate Project, treinou mais de mil outras pessoas empenhadas pela causa na Austrália, Canadá, Índia, Espanha e Reino Unido. Eles agora são vinte seis mil palestrantes que já comunicaram a mensagem para uma audiência de mais de quatro milhões de pessoas mundialmente.
Outro importante acontecimento foi a publicação do livro Plan B: Mobilizing to Save Civilization de Lester Brown, um dos fundadores do Worldwatch Institute e um dos maiores pensadores sobre o meio-ambiente. A primeira parte do livro é uma discussão detalhada sobre a interconexão fundamental dos maiores problemas que nos afetam. Ele demonstra com extrema claridade que o círculo vicioso de pressão demográfica e pobreza leva ao esgotamento de recursos – queda no nível dos lençóis d’água, poços artesianos secam, florestas diminuem, declínio dos estoques de pesca, erosão do solo, desertificação dos prados e assim por diante – e como este esgotamento, exacerbado por mudanças climáticas, produz estados falidos cujos governos não conseguem manter seus cidadãos, alguns dos quais, num estado de completo desespero, recorrem ao terrorismo.
Enquanto esta primeira parte do livro é categoricamente deprimente, a segunda – um plano de ação para salvar nossa civilização – é otimista e emocionante. Este plano de ação envolve várias ações simultâneas trabalhando em cooperação umas com as outras, e refletindo a interdependência dos problemas que elas tentam solucionar. Todas as propostas nesta segunda parte podem ser implementadas com o uso de tecnologias que nós já possuímos, e de fato, todas essas propostas são explanadas com exemplos bem sucedidos em alguma parte do planeta.
O Plano B de Brown é talvez a mais clara documentação que temos hoje em dia de que nós possuímos o conhecimento, as tecnologias e os meios financeiros para salvar a nossa civilização e para construir um futuro sustentável.
E finalmente, a liderança e a vontade política para o desenvolvimento de uma civilização sustentável ganharam um novo ímpeto com a eleição de Barak Obama para a presidência dos Estados Unidos. As origens da família Obama são bem diversas tanto racialmente quanto culturalmente. O pai dele era do Quênia, a mãe dele era Norte-Americana e o padrasto dele era da Indonésia. Obama nasceu no Havaí e passou parte da infância lá e parte na Indonésia. Estas origens bem diversas moldaram a maneira que ele tem de ver o mundo; ele não tem problemas em se comunicar com pessoas de outras raças e de classes sociais diferentes.
Como ele passou vários anos trabalhando como organizador e animador de comunidades e como advogado de direitos humanos, Obama é um excelente ouvinte, facilitador e mediador. A sua eleição remodelou a cultura política nos EUA e está transformando a imagem dos Estados Unidos no exterior e mudando a percepção que os Norte-Americanos têm deles mesmos.
O programa político do presidente Obama representa um redirecionamento para os EUA. Os pontos principais desse programa são a rejeição do fundamentalismo de mercado, o final do unilateralismo Norte-Americano, a implementação de políticas econômicas visando o bem-estar do meio ambiente como respostas à crise mundial do meio ambiente. Obama é muito consciente da fundamental interconexão dos grandes problemas do mundo e muitos dos maiores cientistas e ativistas do planeta estão prontos a lhe ajudar na implementação desta política.
Mas algumas questões importantes ainda necessitam respostas: Porque levou tanto tempo para se reconhecer a seriedade do risco à sobrevivência humana? Porque somos tão devagar em mudar as nossas percepções, idéias, modos de vida e instituições, as quais continuam a perpetuar injustiças e a destruir a capacidade do planeta Terra em sustentar a vida? Como impulsionar o movimento pela justiça social e pela sustentabilidade ecológica?
Estas questões são centrais para este livro. Os autores, Leonardo Boff e Mark Hathaway – um do Grande Sul, o outro do Grande Norte – tem refletido muito sobre questões teológicas, de justiça e de ecologia. A resposta deles às questões acima delineadas é que o desafio maior vai além da disseminação de conhecimento e mudança de hábitos.
Todas as ameaças que enfrentamos, na visão deles, são sintomas de uma doença cultural e espiritual afetando a humanidade. Eles afirmam que: “Há uma patologia aguda inerente ao sistema que atualmente domina e explora o mundo”. Eles identificam a pobreza e a desigualdade, o esgotamento da Terra e o envenenamento da vida como os três principais sintomas desta patologia e eles observam que “as mesmas forças e ideologias que exploram e excluem os pobres estão também devastando toda a comunidade de vida do planeta Terra”.
Para superar este estado patológico, os autores argumentam, será necessária uma mudança fundamental da consciência humana. Eles escrevem que “de uma maneira muito real, nós somos chamados a nos reinventar como espécie”. Eles se referem a este processo de profunda transformação como ‘libertação’, na mesma maneira em que este termo é usado na tradição de Teologia da Libertação; quer dizer, no nível pessoal como forma de realização ou iluminação espiritual e no nível coletivo como a procura de um povo de se libertar de opressões.
No meu entendimento, este duplo uso do conceito de ‘libertação’ é o que dá a este livro seu caráter único, permitindo aos autores integrar as dimensões sociais, políticas, econômicas, ecológicas, emocionais e espirituais da atual crise global.
Como Hathaway e Boff dizem no prólogo, O Tao da Libertação é a procura pela necessária sabedoria para efetuar profundas transformações liberadoras no nosso mundo. Se dando conta que esta sabedoria não pode ser encapsulada por palavras, eles decidiram descrevê-la através do uso do antigo conceito Chinês Tao (‘o Caminho’) significando tanto o caminho espiritual do individuo como a maneira de ser do próprio universo. De acordo com a tradição Taoista a realização espiritual acontece quando agimos em harmonia com a natureza. Nas palavras do clássico texto Chinês Huai Nan Tzu: “Aqueles que seguem o fluxo da natureza na corrente do Tao”.
Neste livro, a procura pela necessária sabedoria para efetuar as mudanças de uma sociedade obcecada por crescimento ilimitado e por consumo material para uma civilização equilibrada e sustentadora de toda a vida envolve duas etapas. A primeira etapa envolve compreender os obstáculos reais que bloqueiam o nosso caminho de transformação libertadora. A segunda etapa envolve a formulação de uma ‘cosmologia de libertação’ – uma visão do futuro que é, como diz Thomas Berry, “suficientemente fascinante para nos respaldar durante a transformação do projeto humano que está atualmente em desenvolvimento”.
Os múltiplos e interdependentes obstáculos explorados por Hathaway e Boff são causados por nossas estruturas políticas e econômicas, reforçadas por uma visão do mundo mecânica, determinista e subjetiva como sentimento de impotência, negação e desespero. Os obstáculos sistêmicos externos são argumentados em grande detalhe. Estes incluem a ilusão de crescimento ilimitado num planeta finito, o poder excessivo das corporações, um sistema financeiro parasita e a tendência de monopolizar o conhecimento e impor, usando a adequada expressão de Vandana Shiva, “monoculturas de mentes”.
Os autores explicam que estes obstáculos externos são reforçados por sistemas opressivos de educação, pela manipulação dos meios de comunicação, por um consumismo generalizado e por ambientes artificiais – especialmente áreas urbanas – que nos isolam da natureza viva.
Para suplantar o sentimento de impotência, que pode se manifestar em várias formas como vício e ganância, negação, dificuldade de raciocínio e desespero, os autores sugerem que nós precisamos expandir a nossa percepção do ‘eu’. Nós precisamos aprofundar a nossa capacidade para compaixão, para construir comunidades, para solidariedade e precisamos acordar o nosso senso de pertença para com a Terra, e assim redescobrir o nosso ‘eu-ecológico’. Eles sugerem que nós devemos “concentrar nas coisas que realmente nos dão regozijo, que nos dão prazer – passar tempo com os amigos, fazer caminhadas ao ar livre, escutar música, ou se deliciar com uma simples refeição.” A maioria das coisas que nos dão realmente prazer, eles identificam, custam pouco ou são gratuitas.
Contudo, para realmente despertar e se reconectar, nós também precisamos um novo entendimento da realidade e um novo senso do lugar da humanidade no cosmo. Nós precisamos “uma cosmologia vital e fundamental”. Os autores usam o termo “cosmologia” no sentido de uma concepção comum de entender o universo que dá sentido a nossas vidas. Eles contrapõem a “cosmologia da libertação” que agora vai surgindo à “cosmologia da dominação”, que inclui “a cosmologia de aquisição e consumo”, que domina as sociedades modernas e industrializadas.
Hathaway e Boff afirmam que um novo entendimento do cosmo está surgindo a partir da ciência moderna, o qual é muito parecido as cosmologias aborígenes. Entretanto, ao contrario da maioria destas cosmologias, essa nova e científica visão do mundo projeta um universo em evolução e, portanto é um paradigma conceptual ideal para as transformações libertadoras que tanto necessitamos.
Para defender esse ponto, os autores recorrem a vários pensadores contemporâneos – filósofos, teólogos, psicólogos e especialistas em ciências naturais. Dentre a vasta gama de idéias, modelos e teorias discutidas por eles, nem todas são compatíveis entre si; algumas são “esotéricas” e definitivamente fora dos parâmetros da ciência convencional; e algumas vezes os autores extraem conclusões que vão além da ciência corrente. Não obstante, eles são admiravelmente bem sucedidos na demonstração do surgimento de um novo, coerente e científico entendimento da realidade.
Na vanguarda da ciência contemporânea, o universo não é mais visto como um aparato mecânico composto de simples elementos fundamentais. Foi descoberto que o mundo material, em última análise, é uma rede de inseparáveis modelos de relacionamentos; que o nosso planeta é uma totalidade viva e um sistema auto-regulatório. O entendimento do corpo humano como uma máquina e da mente como uma entidade à parte está sendo substituída por outro que concebe o cérebro, o sistema imunológico, tecidos orgânicos e mesmo células como sistemas viventes e cognitivos.
Evolução não é mais vista como uma luta competitiva por existência, mas como uma dança cooperativa impulsionada por criatividade e pela constante emergência do novo. E com essa nova ênfase em complexidade, em redes e em padrões de organização, uma nova “ciência de qualidade” está surgindo lentamente.
Os autores também argumentam, corretamente em nossa opinião, que esta nova cosmologia científica é completamente compatível com a dimensão espiritual da libertação. Eles nos lembram que, dentro da tradição cristã deles mesmos, o significado original da palavra espírito – ruha em Aramaico, ou ruach em Hebraico – era o sopro da vida. Este era também o significado original das palavras spiritus, anima, pneuma e de outras antigas palavras para “alma” ou “espírito”. A experiência espiritual, então, é primeiro de tudo a experiência de vida. A percepção central desse tipo de experiência, de acordo com numerosos testemunhos, é um profundo sentimento de unidade com o todo, um sentimento de pertença para com o universo em sua totalidade.
Este sentimento de unidade com o mundo natural é confirmado pela nova concepção da vida da ciência contemporânea. Quando entendemos que as raízes da vida são fundadas em básicos princípios químicos e físicos, que o desenvolvimento de complexidades começou muito antes do aparecimento das primeiras células e que a vida evoluiu durante bilhões de anos através do constante uso dos mesmos padrões e processos, nós percebemos a nossa firme conexão com todo o tecido da vida.
Este entendimento de sermos conectados com toda natureza é especialmente forte em ecologia. Conectividade, relacionamento e interdependência são conceitos fundamentais da ecologia, e conectividade, relacionamento e pertença são essenciais à experiência espiritual. Então, a ecologia parece ser uma ponte ideal entre a ciência e a espiritualidade.
Com toda certeza e razão, Hathaway e Boff defendem uma “ecologia espiritual” essencialmente preocupada com o futuro do planeta Terra e de toda a humanidade.
Eles salientam que há singulares discernimentos e abordagens ecológicas em todas as religiões e eles nos encorajam a ver essa diversidade de ensinamentos como um ponto forte e não como uma ameaça. “Cada um de nós deve verificar novamente nossas próprias tradições espirituais”, os autores sugerem, “procurar discernimentos que nos dirijam à reverência de toda a vida, a uma ética da partilha e de cuidado, a uma visão do sagrado encarnado no cosmo”.
O Tao da Libertação também contém várias sugestões reais de metas, estratégias e políticas para a execução de ações transformativas para que possamos implementar uma sociedade justa e ecologicamente sustentável. Dois tópicos são discutidos em grande detalhe: o bio-regionalismo baseado no conceito de recuperação da conexão com a natureza no nível local; e a Carta da Terra que é “um verdadeiro sonho de liberação para a humanidade” e que tem como princípios primeiro o respeito e o cuidado para com a comunidade da vida.
Nós estamos nos aproximando de uma encruzilhada na história da humanidade e assim os leitores deste livro vão se deparar com uma riqueza de idéias e profundos discernimentos sobre as mudanças necessárias na consciência humana e sobre as transformações radicais que devemos implementar no nosso mundo. Dentre estas idéias, a mais importante e profunda, é talvez, a idéia central do argumento dos autores. Ao invés de se ver a transição para uma sociedade sustentável primeiramente em termos de limites e restrições, Hathaway e Boff eloquentemente propõem uma nova e convincente concepção de sustentabilidade como forma de libertação.
                          Fritjof Capra
22 de Abril de 2009, Berkeley, EUA, Dia Internacional da Mãe Terra

13 de julho de 2012

Saiba quando colher os legumes para a salada


Notará diferença na suculência das suas saladas (quantidade de água presente), consoante a altura do dia em que colher os legumes.


Então, qual é a melhor altura para colher?


As folhas de salada devem ser colhidas logo pela manhã, antes de sofrerem qualquer desidratação causada pelo calor do sol. Em alternativa, regue-as algumas horas antes de as colher.

Tenha em atenção que as folhas mais jovens tendem a ser mais tenras e saborosas, por isso não poupe as folhas de salada e não guarde para depois. Colha e consuma assim que estiverem com tamanho aceitável.
No entanto, os tomates terão mais sabor se foram colhidos antes da rega, pois a planta absorve a água muito rapidamente e o aumento de líquido no fruto reduzirá o seu sabor.



12 de junho de 2012

Abram espaço para as courgetes!

Colhidas enquanto estão tenras, as courgetes são excelentes em saladas e estufados. Se pensar que retira, pelo menos, uma dúzia de frutos de cada planta, perceberá que todo o espaço que esta ocupa é bem aproveitado!



As courgetes são um dos vegetais mais fáceis de cultivar. Tal como muitos outros, quanto mais se colher, mais frutos dará.
Muitas pessoas preferem as cultivares de casca verde, tais como “Defender” ou “Zucchini”, pois produzem mais e são mais tenras do que as variedades de casca amarela, tais como a “Gold Rush” ou “Taxi”.
Se quiser experimentar variedades diferentes, tente cultivar courgetes esféricas: colha-as quando tiverem o tamanho ligeiramente maior do que uma bola de ténis, corte o topo e retire a polpa – terá o suporte ideal para rechear!



Distinguindo as flores fêmea  de flores macho


A flor fémea tem uma courgete mini na sua base, enquanto a flor macho não tem, pois cresce directamente do caule e é ligeiramente mais pequena do que a flor fémea.

28 de maio de 2012

As Últimas Horas da Antiga Luz do Sol, Thom Hartmann

O aumento explosivo da população mundial levou à extinção de diversas culturas e espécies, bem como ao esgotamento de metade das reservas de petróleo do nosso planeta. Em todo o mundo, os seres humanos deparam-se agora com escolhas difíceis quanto à criação de um futuro sustentável.

Thom Hartmann explica como chegámos a este ponto e afirma que a única solução duradoura para as crises com que nos defrontamos é a reaprendizagem das lições que os nossos antepassados sabiam - e que lhes permitiram viver de forma sustentável durante centenas de milhares de anos - mas que nós esquecemos.

Hartmann revela como podemos chegar a essa nova - e, ao mesmo tempo, antiga - visão do mundo que poderá ser a chave para a sobrevivência da Humanidade.


Os nossos problemas não derivam da nossa tecnologia, dieta, violência na comunicação social ou de qualquer outra coisa que façamos. Derivam da nossa cultura - da nossa visão do mundo. A razão pela qual a maior parte das soluções apresentadas para as crises mundiais são impraticáveis é por emergirem da mesma visão do mundo que causou o problema. Como verá neste livro, a reciclagem não vai salvar o mundo, o controlo da natalidade não vai salvar o mundo, e salvar o pouco que resta da floresta virgem não vai salvar o mundo. Mesmo que todas essas coisas positivas fossem totalmente concretizadas, o nosso problema fundamental permaneceria e seria inevitavelmente repetido. Mesmo a fusão fria e a eliminação da necessidade de petróleo, com electricidade gratuita para toda a gente, não vão "salvar o mundo". Nada, excepto uma mudança na nossa forma de ver e compreender o mundo, pode gerar uma mudança real, significativa e duradoura... e a perspectiva dessa mudança levar-nos-á então a começar a controlar as populações, a salvar as florestas, a recriar a comunidade e a reduzir o consumo excessivo.



Um livro de leitura obrigatória!



Fonte: WOOK

17 de maio de 2012

Congele ervas aromáticas frescas

Durante os meses de primavera e verão, algumas ervas aromáticas produzem muito mais do necessitamos no dia-a-dia. Podemos secá-las, mas congelar também é uma boa opção.

Selecione apenas plantas saudáveis e corte as folhas. Lave e pique em pequenos pedaços. Coloque um pouco de água em cada um dos compartimentos de um tabuleiro de fazer gelo, em seguida coloque as ervas picadas e acabe de encher com água, certificando-se que todas as ervas ficam cobertas.

Coloque o tabuleiro no congelador e quando tiver cubos de gelo, coloque-os em sacos de plástico identificados no congelador.

Agora, as ervas estarão prontas a utilizar. Quando uma receita incluir algumas destas ervas aromáticas, basta colocar um cubo ou dois na panela. Utilize também em molhos e, à medida que o gelo derrete, os seus pratos estarão aromatizados com o sabor delicioso das ervas frescas, como se fossem acabadas de colher.

10 de maio de 2012

Colhendo ervas aromáticas


Colher regularmente ervas aromáticas não só nos beneficia, como também ajuda a manter as plantas produtivas e saudáveis. No entanto, existem maneiras correctas e incorrectas de as colher. Comece por observar como elas crescem!
As plantas aromáticas, no geral, crescem de uma de duas maneiras: ou produzem folhas ao longo do caule (tomilho, hortelã, poejo, louro), ou lançam folhas/caules a partir de uma base ou coroa (cebolinho, salsa, coentros).

As plantas que produzem folhas ao longo do caule deverão ser colhidas cortando apenas a folha e não o caule. As plantas de coroa deverão ser cortadas pela base utilizando uma tesoura ou faca – tal como uma poda em pequena escala. Desta forma a plantas produzirão mais e durarão mais tempo.
Também é importante saber qual a melhor altura para colher: no caso de folhas suculentas, como o manjericão, colha antes de se terem formado flores, pois uma vez iniciado este processo, toda a energia da planta se concentrará em produzir flores e sementes, tornando as folhas duras e amargas.


Apanhe toda a salsa antes de começar a dar sementes, pois depois disso já não produzirá mais folhas.


Para as plantas perenes como a salvia, corte as flores e faça a poda no final do verão, para ter uma segunda remessa de folhas que durarão suculentas todo o outono e inverno.

18 de abril de 2012

O segredo de semear Salsa

Nenhum jardim de ervas estará completo se nele não existir salsa. No entanto, existem muitas superstições associadas ao cultivo desta erva. Bastam alguns cuidados básicos, e verá que não é assim tão difícil obter uma boa colheita.




O factor mais importante ao semear salsa, é não deixar que as sementes sequem durante o processo de germinação. As sementes devem germinar entre duas a quatro semanas.


É ideal para semear em recipientes, desde que seja sempre regada, e também é uma óptima companheira para outros vegetais: afasta a mosca da cebola e a mosca da cenoura!

16 de abril de 2012

Branquear o alho francês

Sabia que, para branquear o alho francês, normalmente o agricultor vai cobrindo-o com terra à medida que este vai crescendo?


Outra alternativa, mais limpa, pois evita que se acumule terra entre as folhas, é a colocação de um cartão (pode ser o rolo do papel higiénico) à sua volta, justo, de modo a impedir que apanhe luz!


11 de abril de 2012

A IMPORTÂNCIA DA TROCA DE SEMENTES ENTRE AGRICULTORES


Colher para voltar a semear foi ao longo de milénios uma prática comum aos agricultores de todo o Mundo. Era assim desde que o homem começou a cultivar a terra: o agricultor guardava de um ano para o outro as sementes – por exemplo dos melhores tomates dos seus tomateiros – garantindo deste modo a possibilidade de voltar a semeá-los na altura própria.

As melhores sementes eram guardadas e passavam de geração para geração, chegando a ser consideradas como um dote de casamento. As famílias mantinham e acabavam por criar variedades – por exemplo de alface – através da selecção das sementes, definindo aos poucos o que melhor se adaptava a determinada região e aos seus gostos gastronómicos. Davam-lhes nomes como alface folha-de-carvalho, feijão papo-de-rola, maçã camoesa riscada, maçã pardo-lindo, chícharo longo… Ou outros nomes hoje mais conhecidos dos portugueses, como a pêra-rocha ou a maçã bravo-de-Esmolfe.

Entretanto a agricultura e as sociedades mudaram muito – sobretudo no séc. XX – e hoje a maior parte das sementes e estacas disponíveis no mercado português são híbridas. Ou seja, são variedades melhoradas industrialmente com o objectivo de possibilitarem uma maior produção. Servem apenas para uma colheita, ficando os agricultores dependentes economicamente das empresas que vendem essas sementes, sujeitas a patente.

As variedades híbridas têm também menos resistência e adaptabilidade aos climas específicos de cada região, tornando-se indispensável utilizar adubos químicos e pesticidas.

Quem produz esses adubos e esses pesticidas são quase sempre as poucas empresas multinacionais que também “criam” e vendem as sementes híbridas.

As mesmas empresas começam agora a vender também sementes transgénicas, ou seja sementes de variedades modificadas geneticamente, ainda pouco estudadas e com possíveis efeitos negativos na saúde e no ambiente. E são também as mesmas empresas multinacionais que controlam os grandes grupos de distribuição alimentar em todo o Mundo.

Mesmo sem ter em conta a crise alimentar que tem vindo a ser sentida em vários países, basta juntar dois mais dois: quem controla o mercado mundial de sementes tem um grande poder. Económico e político.
Há quem se oponha a esse grande poder e aos seus efeitos no ambiente e na economia, formando redes de troca de sementes entre agricultores. Tanto em Portugal como em França, nos Estados Unidos, em Espanha, no Equador, em Itália… É uma luta de David contra Golias, mas tem dado cada vez mais frutos.
Neste caso os Davides são agricultores que se começaram a organizar em rede para trocar sementes tradicionais, sementes que escapam ainda à lógica dos híbridos e dos
transgénicos. São agricultores-activistas, muitas vezes praticantes de agricultura biológica. E no fundo o activismo neste caso tem a ver com dar um passo atrás para construir um futuro mais sustentável, cultivando a terra de uma forma mais próxima da agricultura dos nossos bisavós e trisavós.

Além de escaparem ao controlo económico das multinacionais de sementes, estes agricultores promovem a biodiversidade ao combater a erosão genética. Ou seja, evitam que vão desaparecendo dos campos mais variedades tradicionais em risco de extinção. Quase todas as não-híbridas correm esse risco, excepto algumas variedades tradicionais como a maçã bravo-de-Esmolfe, que já estão defendidas pela procura por parte dos consumidores. Fora dos campos, muitas destas variedades têm vindo a ser mantidas em colecções estatais e privadas, congeladas nos chamados bancos de germoplasma vegetal. Mas por exemplo os agricultores da União Europeia (UE) não podem vender nem comprar destas sementes, por não estarem inscritas no catálogo oficial de variedades da UE. Ou seja, por não estarem patenteadas as variedades tradicionais são na prática fora-da-lei.

Em França há várias redes de sementes tradicionais, como a Réseau Semences Paysannes. Em Itália existe por exemplo a Rete Semi Rurali. Em Espanha há vários grupos que dão por nomes como Un Paso Atrás, Red Andaluza de Semillas ou Red de Semillas Resembrando e Intercambiando. No Equador há a Red de Guardianes de Semillas. E a associação Grain está sediada em Barcelona, contando com activistas em vários países. Estes são apenas alguns exemplos de uma dinâmica que vai contando com cada cada vez mais agricultores a nível mundial, em muitos casos agricultores urbanos.

Em Portugal este activismo tem ganho força nos últimos anos a partir do trabalho da associação Colher Para Semear – Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais, formada por agricultores de vários pontos do País. A associação faz parte da plataforma portuguesa Transgénicos Fora e neste momento terá à volta de 120 associados em todo o País, segundo o jornal da Colher Para Semear, O Gorgulho. (…)

Sites e Contactos

colherparasemear@gmail.com
www.semencespaysannes.org
www.unpasoatras.org
www.redandaluzadesemillas.org
www.semirurali.net
www.grain.org
www.redsemillas.info


CAMPANHA SEMENTES LIVRES
Sob pretexto da eliminação de concorrência 'desleal', de um mercado 'justo' e da protecção da saúde pública, a indústria de sementes quer ver ilegalizadas a prática de guardar sementes e a produção de variedades não registadas. Entre estas incluem-se muitos milhares de variedades tradicionais, a herança genética vegetal da Europa e do mundo.

A Comissão Europeia está prestes a satisfazer estes pedidos da agro-indústria. Nos últimos anos levou a cabo uma revisão da legislação sobre a reprodução e comercialização de sementes e pretende juntar todas as directivas existentes numa regulamentação, a chamada “Lei das Sementes”, que teria primazia sobre a legislação nacional. A Lei restringiria drasticamente a livre reprodução e circulação de sementes. Neste momento, em vários países da Europa, já está em curso uma caça às bruxas: Em França, os agricultores que guardam sementes são obrigados a pagar uma taxa à Associação da Indústria das Sementes; na Suíça, uma tentativa de registar variedades tradicionais resultou na ilegalização de várias das mesmas. Mesmo em Portugal, tecnicamente não é possível guardar ou comercializar sementes sem satisfazer um rol de critérios que tornariam a prática inviável para variedades tradicionais.

A crescente privatização das sementes constitui uma ameaça ao nosso património genético comum e à segurança alimentar. Os agricultores deixarão de poder guardar sementes e os criadores independentes deixam de poder melhorar variedades. Por consequência, não haverá nenhum incentivo para preservar variedades tradicionais e o mercado restringir-se-á a um espólio infinitamente mais reduzido de variedades comerciais, onde irão dominar, entre outras, as variedades transgénicas.

Juntem-se à Campanha pelas Sementes Livres


Dezenas de milhares de pessoas por toda a Europa estão a pedir activamente que o direito de produzir sementes permaneça nas mãos dos agricultores e horticultores. As sementes de cultivo são um bem comum, criado por acções humanas ao longo de milénios. Devem permanecer no foro público e sob condições algumas entregues para a exploração exclusiva da indústria de sementes.

Os pedidos da Campanha europeia pelas Sementes Livres
  • O direito dos agricultores e horticultores à livre reprodução, guarda, troca e venda das suas sementes.
  • A promoção da biodiversidade agrícola através da preservação das sementes de origem regional e biológica.
  • A recuperação dos conhecimentos tradicionais e a cultura gastronómica local agrícolas.
  • O fim às patentes sobre a vida e ao uso de organismos geneticamente modificados na agricultura e na alimentação.
  • Uma nova política agrária que, em vez de apoiar a produção industrial intensiva e as monoculturas, promove a produção ecológica e biodiversa.

Ajude a inverter o rumo da legislação sobre sementes e a apoiar a biodiversidade agrícola e a agricultura tradicional, com informação on e offline, seminários e campanhas de sensibilização e protesto, petições, a dinamização de hortas guardiãs de sementes e feiras de troca de sementes tradicionais, nacionais e internacionais.
Descarregue a petição e ajude a recolher assinaturas, ou contacte para participar nas actividades:    sementeslivres@gaia.org.pt | www.sosementes.gaia.org.pt


16 de fevereiro de 2012

As cores das Cenouras



Nem todas as cenouras são cor de laranja!


Existe o mito de que a cenoura cor de laranja apareceu na Holanda em meados do séc. XVI para homenagear a Casa de Orange. Apesar de se ter popularizado nessa data, a cenoura laranja é muito anterior. Sem grande referência histórica, conta-se que a cenoura laranja foi desenvolvida na Holanda como um tributo a Guilherme I de Orange durante a guerra pela independência com Espanha. No entanto, a cenoura laranja não só tem um saber suave, não mancha tanto a loiça com a sua cor, como é muito rica em beta caroteno, tornando-a mais saudável, fazendo com que se deixasse de plantar as outras cenouras.


Originalmente as cenouras eram roxas e amarelas, com uma raiz muito fina. 
Os antecessores selvagens da cenoura parecem ter vindo do Irão e do Afeganistão. No início eram utilizadas como planta aromática sendo as suas folhas e sementes muito apreciadas, e não as suas raízes. Alguns parentes da cenoura ainda são cultivados com essa função, tais como a salsa, aneto ou funcho.


As primeiras menções à utilização da raiz surgem no século I, e parece ter sido introduzida na Europa nos séculos VIII a X.


Fonte: http://www.carrotmuseum.co.uk/history5.html
           http://en.wikipedia.org